quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

 VERMELHA FLOR


Ai esta dor que não passa
ai esta dor que não grita
que cada dia silencio
através da minha escrita
pássaro ferido na asa
sem voar e sem ter ninho
na solidão que não passa
neste coração sozinho
só a saudade me enlaça
e é só quando escrevo
que se acalma a minha dor
quero sentir a primavera
quero ser Abril desejo
quero ser vermelha flor.


Ester Cid.
Fotografia:Googole
                                                       
                                                           

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ALENTEJO


Alentejo meu orgulho
minha terra e meu chão
Nesta plana altitude
beija-me o rosto a aragem
e as searas de pão

Alentejo meu amor
na solidão da planície gritante
cegonhas de longas asas abertas
com seu olhar penetrante
eu que não tenho asas
percorro-te em sonhos
em longos voos esvoaçantes

Alentejo meu orgulho
nos teus campos solidão
papoilas rubras grito vermelho
reforma agrária
fartura trabalho pão

Alentejo meu amor
no tempo de primavera
teus campos cheios de flores
o sol dourado alegria
juntas o cante das gentes ao canto da cotovia
esqueces a tua dor
és forte, és belo és camarada és rosto da igualdade
és pastor és mineiro
ceifeiro abegão
agricultor manageiro
és celeiro e és brancura
és antifascista preso
nos tempos da ditadura

Alentejo meu orgulho
que amo tanto de verdade
és Abril revolução
 és a voz da Liberdade

Ester Cid.
Fotografia:Googole

                                                             
                                                             
                                           

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

SONHOS CAMPONESES


A semente da inquietação
e a lâmina da angústia
Geram em mim
Campos de poesia

papoilas vermelhas
clamam nos campos
do meu Alentejo
searas de pão

nos sonhos camponeses
bordados em tapetes de Arraiolos
o sol incendeia-me o olhar.

Ester Cid.
                                                               


NO DIA QUE TU NASCESTE

no dia que tu nasceste
tudo ficou como estava
o sol
não brilhou mais
que o habitual
não houve
estrelas
a
mais
somente  esquecida
das dores
eu mamã  sorri
e agradeci
para que o dia fosse
enorme
bastava toda  a  bondade
ternura
amor
alegria
felicidade
com que olhavas
nos meus olhos
não é segredo
para nós
nem para a gente
que
nos conhece
que desde esse dia
duas pessoas
podem ser
uma
tal (é)
o amor imenso
que nos
une
no dia
que tu nasceste
nasceu
o amor mãe/filha
em toda a (sua)
plenitude

amo-te muito
tua mamã

Ester cid
                                            Fotografia: Eu, e a minha filha Patrícia
                                                                 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

SOU


SOU

Sou mulher
sou mãe
sou comunista
sou camarada
sou amiga
sou sincera
sou apaixonada
sou sensível
sou teimosa
sou inconformada
sou apaixonada pelas palavras
sou um zero a matemática
sou uma nulidade a jogar qualquer tipo de jogos
sou uma mistura de força e fragilidade
sou intolerável com a mentira e com as pessoas que mentem
Sou a voz do coração
sou chorona
sou melodia canção
sou eu neste mundo virtual
Sou um todo num instante
sou corpo dado em jeito amante
sou chuva
sou madrugada
sou estrela de palavras
sou esboço querendo ser tela
sou amar querer ser amada
sou noite sem luz para ela.

 Ester Cid
10/12/2011

                                                    Eu e a minha filha